domingo, 26 de maio de 2013

"Hoje o tempo voa amor..."



    Eram apenas 6:30 da manhã de hoje quando o telefone tocou, e eu recebi a notícia de que a minha tia-avó havia falecido. Fiquei triste, claro, afinal gostava muito dela. E pensando nela, acabei me recordando da minha infância, em que ela estivera presente, e foi aí que me dei conta de como o tempo voa.

    Não que eu já não soubesse disso, mas hoje, talvez por que estivesse um pouco mais sensível, essa sensação me veio mais forte, mais intensa.
    Não sou nenhuma anciã, nem tenho 70 e poucos anos e sou cheia de histórias para contar, nada disso. Tenho apenas 17, sou vestibulanda e estou me preparando para uma vida independente. Mas nada disso me impede de olhar ao meu redor e conseguir perceber o rastro do Senhor Tempo, pessoas que conheço estão envelhecendo, outras estão partindo, o último ano no colégio, amizades eternas se desfazendo e até em outras coisas bobas o tempo se faz presente, como uma roupa que não cabe mais, flores que eu plantei que estão prestes a florescer, o meu irmão mais velho indo morar sozinho, o cabelo do meu pai ficando grisalho...
    Não é fácil perceber e aceitar essa condição, afinal, quem gosta de dizer adeus? Quem não teme às mudanças? Mas ao mesmo tempo que isso assusta, vem aquela excitação, sensação e cheirinho de coisa nova chegando, como primeiro dia de aula. É uma delícia perceber o quanto estou “moça”, me tornando adulta, o quanto cresci, e com certeza, o quanto ainda vou crescer.
    Consigo lembrar perfeitamente de quando era mais nova, eu achava os exploradores dos desenhos animados o máximo, também queria sair por aí conhecendo o mundo e ainda por cima salvando todos os animais que “estivessem em apuros” – sou ambientalista desde cedo e só me dei conta agora - e hoje tenho outros sonhos, tenho mais utopias e objetivos, mais maduros ou não, mas eu mudei, e a culpa é do tempo.
    Tem gente que se deprime ao perceber tudo isso, com medo de ficar velho ou qualquer outra coisa. Já eu, estou adorando essa ideia, essa sensação do tempo passando, do tempo escorrendo pelas minhas mãos, mesmo com todas as perdas no meio do percurso.
    Enquanto você lê esse meu desabafo, eu estou lhe acrescentando algo, ou simplesmente concordando com o que outro dia você também pensou. E enquanto tudo isso acontece, o tempo está lá fora, no quintal, brincando de correr, e cabe a nós decidir: ficar admirando essa criança travessa, ou fazer amizade e brincar com ela.


Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário