sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Rei do Baião


Sua busca diária acabara de começar
E seus pés,
confundidos com o próprio chão,
já não aguentavam mais.

No decote do horizonte,
Via o seio da saudade
De sua moça bonita.
Que falta lhe fazia
Aquela casinha simples,
o seu povo,
suas raizes e
principalmente, ele mesmo.

Havia se transformado em bicho
Em busca de esperança
Em busca da vida...
Mas o Velho Chico,
se encontrava muito distante dali.

O sol
Intenso, grande e quente
Ia devorando o sertão pouco a pouco...
Parecia cobrar seus pecados,
Condenado, já estava no inferno.
''Piedade dessa gente, Pai'', pensava.

Agora ele nada mais vê,
Apenas o brilho do sol e
A beleza simplória do baião...
Não era mais nada!
Somente um filho do Brasil,
mais um.
Que agora se misturava
Ao chão de terra vermelha...


(Amanda Nunes -
Viajando pela Bahia, Pernanbuco e Piauí )