domingo, 16 de dezembro de 2012

Cena de domingo

Tarde de verão
Calor, brisa leve e quente
Um trago, um gole de café
preciso escrever...

Penso na tua perfeita silhueta.
Um gole a mais.
E lembro dos teus agrados,
do perfeito encaixe entre nós.
Penso e lembro
e me vem a cabeça teu sorriso,
teu inocente riso,
que tantas vezes deixou-me zonza.
Um trago,
tal vício que você censuraria.
Posso ouvir tua fala mansa,
tua voz angelical ao cantar.
Vou devaneiando e
consigo até sentir o chão frio
do teu quarto
E o barulhinho da chuva lá fora,
daquela tarde de sábado...

Um gole, um trago,
sem mais distrações,
preciso escrever...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Carta

Cara amiga razão,
Meu amor lhe manda lembranças
Ele anda tão confuso, louco
Tolo...
Minha vida clama pela tua volta
Diz não saber viver sem ti
Meus pensamentos, carecem da tua atenção
Como crianças,
Que carecem da atenção de um pai ausente.
Eles andam românticos demais,
Fantasiosos demais,
Estão demais, demais.
E quando caio num limbo de emoções
Esta mente confusa
Pergunta-me, onde tu estás?
Estás tão longe de mim
Fugistes para longe
Desde que do meu mundo sumistes
Tenho sido como menino travesso no mercado
À procura de sua mãe, que perdera de vista.
Sem você, cara amiga
Sou clichê,
Errante,
Falante...
E só tenho pensado em você,
Pior, eu tenho amado você.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Regresso Emocional

Tempo,
Com ele a saudade e o esquecimento
Coisas que fazem parte de mim
E do meu lamento.

Esqueci
De como era ser criança,
De cansar de brincar,
O tempo passou e
Entrei nessa longa dança
Onde o corpo não pode parar
Nem a mente pensar!

Fiquei cego com as luzes da grande cidade
Me tornei produto tão igual
E optei pela voz da razão
Que já não é tão racional...

E o tempo passa assim
E eu não o percebo
Se vai o meu amor,
Nem aviso prévio eu recebo...
E só nos resta a solidão e a dor
Pois entre meus dedos o tempo escorreu
Passou tão rápido!
E você dorme, por que assim como eu
também o esqueceu...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Amor meu, segredo meu


Sinto a pele incendiar
as bochechas, corar
sinto o peito apertar e doer
um simples toque
e pronto, arrepio

não sei se são teus olhos
ou se é teu cheiro
que me tiram a atenção
que me fazem perder a sensatez, a razão
e besteiras eu tagarelo
tentando impressionar

e só da tua boca beijar
lá se vai o meu olfato
a minha audição e visão
me esqueço do mundo

só de observar tua renda
o destino me prega uma prenda
não consigo nem pensar

ouço essa tua risada
tão gostosa de ouvir
e já me começa a faltar o ar
tu gostas de me ver assim
e ri

Te guardo, te zelo
pois meu amor por ti
és o meu melhor
e mais lindo segredo

domingo, 16 de setembro de 2012

Metamorfose



Dizem por aí
Que só sofre quem ama
E acredita demais...
Cansei então de sofrer!
Vou comprar um novo coração,
Desses bem frios e duros
Movidos aquilo que mata o planeta
Vou dizer sempre “não”
Não irei estender a mão
Muito menos o braço...
Vou parar de sentir
Não vou sonhar
Vou parar de pensar
De amar
De rimar
Eu, meu bem
Vou me humanizar .


(Amanda Nunes)

sábado, 15 de setembro de 2012

Promessas


Eu tô cansada dessas tuas mentiras
Dessa história de rei e rainha
Onde o mal não tem vez...

Você ilude com tantas palavras doces
Confunde com outras histórias
Tantas promessas não cumpridas
Sem medo das consequências

Por que você é assim
Um tremendo otimista
Grande fascista
Que eu insisto em amar

Você me enlouquece
E me esquece
Me magoa e me entristece
Mas ao menos me dá inspiração.


(Amanda Nunes)

Solidão


Doce solidão
Devoras-me, me consome
E me afasta do vago,
Do alienado
Daquilo que já considero assim,
Tão comum.

De companhia,
O afago do meu pensar
E, na solidão, acompanhada deste
Vou longe, sem sair do lugar.
Acresço-me,
Renovo-me,
Em mim, desvendo mistérios
Que antes adormecidos.

Solidão tão minha,
Que dealba o mundo afora,
Que tira a venda dos meus olhos
E me faz debicar
O acre sabor da realidade
Que sempre me cercara,
Mas também me programara
Para não vê-la.

(Amanda Nunes) 

Pedido à chuva



Chove chuva e lava essa alma
Que precisa se renovar.
Molha esse corpo tenso e estressado.
Lava esse rosto e desperta a realidade
Clareia essas ideias também,
Que carecem de razão.
Chove chuva e lava
Esses pés cansados e sujos
que sempre me levam até ele.
Mas te peço principalmente, chuva
Que você molhe e console esse coração tolo,
Pra quem sabe um dia,
Germine um amor bom pra mim

(Amanda Nunes)

Assim foi você


E assim foi você,
Apaixonei-me e você sem saber.
Tão clichê.
Uma dor de amor tão gostosa de ter,
Que traz essa melancolia boa de sentir
E essa mania de você.

E assim foi você,
Um confidente
Um amigo especial
Era diferente
E depois, ao demais, se tornou tão igual...
E assim foi você
Alguém que eu quis esquecer
Alguém que eu tentei ignorar
Um rosto que eu não quis ver
Um nome que talvez eu venha a me lembrar.

Alguém culpado pela minha insônia
E protagonista dos meus sonhos
Senhor do meu tempo.

E assim foi você
Alguém que eu não merecia
Que não me mereceu
Um coração que não me pertencia
Que num suspiro me perdeu...

E assim você se foi.

(Amanda Nunes)

Meu Verso


Eu escrevo para não lastimar
Para não enlouquecer
Escrevo para me distrair
E para te encantar com esses versos
Que passei tantos dias e noites
 a pensar

 Por que meu verso é isso
Lágrima de quem chora
E desalento dos abandonados.
É saudades de quem está longe
E paixão dos enamorados.

É a minha confusão
E também a própria solução.
É meu enigma mais complexo
Tão fácil de entender

Meu verso é meu
É seu
É nosso
E de quem sentir aquilo que as palavras traduzem

Meu verso é isso
é aquilo
E coisa e tal
E tal coisa...

(Amanda Nunes)